Megan Fox não é a Mulher Maravilha, mas bem que poderia ser!

15/11/2008
Megan Fox - Wonder WomanMegan Fox é maravilhosa, mas não é a Mulher Maravilha 😦

 

Mas infelizmente, o boato quanto a sua escalação para interpretar a personagem Mulher Maravilha, na refilmagem do clássico das histórias em quadrinhos para as telas do cinema, não se confirmou.

Uma pena, pois na modesta opinião deste rapazque voz escreve, ela tem todos os atributos para o papel.

Que a atriz americana Megan Fox, eleita a mulher mais sexy do mundo em 2008 pela revista britânica FHM, é maravilhosa, todos os cuecas onanistas de plantão já estão carecas (e com as mãos peludas) de saber.


Alan Moore: Biografia e obra

14/10/2008
Uma simples busca na Internet vai, sem dúvida, evidenciar que as afirmações elogiosas sobre a contribuição do britânico Alan Moore para o avanço das histórias em quadrinhos são provavelmente incontáveis.

O mesmo acontece na literatura especializada da área, em que ele já foi objeto de várias obras monográficas e ocupa lugar de destaque em muitos dicionários e enciclopédias. Lance Parkin, por exemplo, autor de um livro exclusivamente dedicado a Moore, simplesmente considera, sem temer ser acusado de exagero – o que, aliás, é um fato -, que o autor inglês é “o melhor escritor de quadrinhos que já existiu”.

Já Gary Spencer Millidge, no prefácio que elaborou para o livro Alan Moore: Portrait of an Extraordinary Gentleman, é um pouco mais comedido e se refere ao seu compatriota como “provavelmente o mais respeitado e influente escritor na história dos quadrinhos”. E por aí vai, numa variedade de panegíricos que às vezes não parecem reconhecer qualquer limite lógico.

Polêmicas à parte e evitando colocar Moore num pedestal em que muitos outros grandes produtores de histórias em quadrinhos também mereceriam estar, é fora de questão que o chamado “Bruxo de Northampton” constitui provavelmente um dos mais brilhantes escritores a se dedicarem às histórias em quadrinhos nos últimos 40 anos.

Junto com Frank Miller, Neil Gaiman e alguns outros, ele foi o grande responsável pela gradual mudança de status das histórias em quadrinhos no final do século 20, que aos poucos, num processo ainda longe de seu término, deixaram de ser encaradas como produtos exclusivamente voltados para o público infanto-juvenil e passaram a ser entendidas como também direcionadas para os adultos, iniciando sua comercialização em livrarias, pontos de venda onde antes raramente conseguiam entrar.

Mais que isso, devido a suas características pessoais e profissionais, Alan Moore se tornou um ícone na área, sendo praticamente endeusado por leitores e colegas de profissão. Nesse sentido, não seria exagero dizer que literalmente todos os seus trabalhos são hoje recebidos com quase religiosa admiração, transformando-se em indiscutível sucesso.

1 – O início nos quadrinhos

Alan Moore nasceu em 1953, na cidade de Northampton, Inglaterra, onde reside até hoje. Oriundo de uma família de operários, ele foi expulso do colégio aos 17 anos por uso de drogas; assim, ao mesmo tempo em que teve de dedicar-se fugazmente a várias ocupações menores para garantir sua manutenção, ele aos poucos foi se infiltrando no mundo das histórias em quadrinhos, pelas quais havia tido sempre uma predileção especial.

Inicialmente, teve alguns de seus textos e histórias em quadrinhos publicados em vários fanzines e revistas alternativas de seu país, como Anon, Back Street Bugle e Dark Star. Seus primeiros trabalhos remunerados, no entanto, foram ilustrações de Elvis Costello e Malcolm McLaren para a revista de música NME, publicadas em 1979.

Utilizava, então, o pseudônimo de Curt Vile, que também usou ao assinar a série Roscow Moscow para a revista Sounds, publicada de março de 1979 a julho de 1980; tratava-se de uma tira satírica que misturava música, guerra nuclear, fascismo e invasões alienígenas.

Em 1979, Alan Moore começou a colaborar no jornal da sua cidade, o Northants Post, escrevendo e desenhando semanalmente, com o pseudônimo Jill de Ray, a tira Maxwell The Magic Cat, que durou até 1986; não era nada brilhante, apenas uma espécie de anti-Garfield voltado para o ambiente inglês, fugindo dos temas familiares da relação dono e animal de estimação e tocando em assuntos como greves, protestos e problemas com pulgas.

Até hoje, trata-se da mais longa série em quadrinhos produzida por Alan Moore, posteriormente publicada em 4 volumes pela Acme Press.

2 – Colaboração nas publicações inglesas

Novas alternativas para veiculação de seu trabalho começam a surgir no início da década de 1980, representando, efetivamente, o início de sua inserção entre os grandes nomes dos quadrinhos mundiais. Nessa época, começa a colaborar para a revista 2000 AD, então apenas com três anos de vida, mas já considerada como uma das mais prestigiadas revistas da Nona Arte da Inglaterra.

A principal estrela da publicação era Judge Dredd, originalmente criado por John Wagner e Carlos Ezquerra, que aparecia em todos os números da revista; tratava-se de um futurístico defensor, juiz e executor da lei, que utilizava métodos violentos e justiça sumária para levar a ordem à cidade que defendia.

Os primeiros trabalhos de Moore para essa revista foram “A holiday in Hell”, publicado no número especial de ficção científica de junho de 1980, “The killer in the cab”, no número 170, e “The dating game”, na edição 176, este último representando a primeira colaboração de Moore com Dave Gibbons, um de seus melhores e mais apreciados parceiros. A estes seguiriam dezenas de histórias nos anos seguintes, ilustradas por alguns dos melhores artistas de quadrinhos do país.

O destaque da obra de Moore nessa revista vai para a publicação de “A Balada de Halo Jones” (“The Ballad of Halo Jones”), publicada de 1984 a 1985, em que o roteirista inglês, com o trabalho artístico de seu compatriota Ian Gibson , elabora uma alegoria futurista da Inglaterra de então, com suas levas de desempregados sem perspectiva de colocação no mercado.

Embora limitado pelo número de páginas que lhe era permitido escrever e pela grande variação de artistas a ilustrarem seus roteiros, o trabalho de Alan Moore em 2000AD acabou interessando outras publicações do Reino Unido, como Eagle, Doctor Who Weekly e Scream!, que também lhe abriram suas páginas.

Para Doctor Who, publicada pela Marvel inglesa, ele produziu histórias focalizadas em personagens secundários da série, mas que agradaram bastante aos leitores. Paralelamente, na mesma Marvel, ele começou a colaborar para uma série regular de um super-herói, o Capitão Bretanha (Captain Britain), cujas histórias ele assumiu a partir de julho de 1982, permanecendo à frente do personagem até junho de 1984, sempre acompanhado pelo artista Alan Davis.

Apesar da qualidade do trabalho que apresentava para essas publicações, pode-se dizer que a estrela de Alan Moore só começou mesmo a brilhar de verdade quando ele passou a colaborar para a revista Warrior, na qual ele teve a possibilidade de exercer um nível de liberdade criativa que lhe havia sido negado anteriormente.

No primeiro número dessa publicação, em março de 1982, aparecem dois de seus mais conhecidos trabalhos, Marvelman (posteriormente rebatizado como Miracleman, devido a questões de direito autoral) e V de Vingança.

Ainda que haja muitas diferenças entre elas – a primeira constitui uma re-leitura de um clássico super-herói das histórias em quadrinhos, enquanto a segunda representa ao mesmo tempo uma fábula distópica e um suspense detetivesco -, com essas duas séries o autor inglês demonstrou o que era capaz de fazer quando tinha liberdade e espaço para desenvolver suas narrativas na linguagem gráfica seqüencial. Mesmo com tudo o mais que produziu posteriormente, estas duas ainda figuram entre suas principais obras.

3 – Invadindo a indústria norte-americana de quadrinhos

A partir daí, pode-se dizer que, tanto em termos de espaço para divulgar o seu trabalho como de aclamação por parte do público, o céu foi de Brigadeiro para o autor inglês.

Recebendo a oportunidade de trabalhar para a indústria norte-americana de HQs, Alan Moore iniciou sua atuação com o personagem O Monstro do Pântano (The Swamp Thing), da DC Comics.

Aos poucos revolucionando a criação original de Len Wein e Berni Wrightson e fazendo com que, durante os três anos em que esteve à frente do personagem, sua revista atingisse um grau de popularidade e aceitação que jamais havia alcançado, consubstanciado nos vários prêmios que recebeu nesse período e pelo aumento de vendas, que subiu de 17 para mais de 100 mil exemplares por mês.

Tornando-se um dos mais bem vendidos títulos da editora à época; além disso, durante esse período, ele criou um de seus personagens mais populares, o enigmático John Constantine, que posteriormente seria merecedor de um título próprio na editora, pelo selo Vertigo.

Após a decolagem de seu trabalho em O Monstro do Pântano, a estrela de Alan Moore não parou mais de subir, como evidencia a breve, resumida e com certeza incompleta relação abaixo:

De setembro de 1986 a outubro de 1987 concebeu a série em 12 partes intitulada Watchmen, um verdadeiro divisor de águas na história dos quadrinhos de super-heróis norte-americanos (ainda que ela não possa ser considerada, propriamente, uma história tradicional desse tipo de personagens…). Com arte de Dave Gibbons, Watchmen, de acordo com Lance Parkin, representou para os quadrinhos o mesmo que Cidadão Kane, de Orson Wells, representou para o cinema. Com essa obra, Alan Moore foi definitivamente guindado ao hall mundial dos grandes autores da história dos quadrinhos. Merecidamente, diga-se de passagem.

Em 1988 ele elaborou para a DC Comics uma das melhores histórias do Batman já produzidas, a aclamada e hoje mundialmente conhecida A Piada Mortal (“The Killing Joke”), com arte de Brian Bolland, em que o Coringa aprisiona o Comissário Gordon e aleija Bárbara Gordon, a Batmoça, revolucionando a série do Cruzado de Capa no alvorecer de seu sexagésimo aniversário.

No início dos anos 1990, tendo abandonado as grandes editoras, Moore se enveredou por vários projetos independentes, grande parte deles inconclusos. Foram esses os casos de Brought to Light, em parceria com Bill Sienkiewicz, cuja distribuição foi recusada pela cadeia de livrarias WH Smith, da Inglaterra.

Na série, ele se propunha a expor as ações da CIA (agência de contra-espionagem norte-americana) durante o século 20; Big Numbers, projetado para 12 números também em parceria com Bill Sienkiewicz, mas que só teve dois capítulos publicados; Lost Girls, com desenhos de Melinda Gebbie, cujos primeiros seis números foram publicados na revista Taboo, entre 1991 e 1992, com o sétimo só aparecendo 4 anos depois, em 1996, totalizando apenas 56 páginas das 240 originalmente projetadas.

Já A Small Killing, história publicada na Inglaterra por Victor Gollancz, em 1991, e em 1993 pela Editora Dark Horse, nos Estados Unidos, teve como parceiro artístico o argentino Oscar Zárate, e recebeu em 1994 o prêmio Eisner de melhor graphic novel do ano anterior.

Do Inferno (From Hell) começou a ser elaborado por Moore em 1988, demorando uma década para ser completado. Nesse livro, aclamado como uma de suas melhores obras, ele apresenta na linguagem da Nona Arte uma detalhada investigação sobre os assassinatos de Jack, o Estripador, na Inglaterra vitoriana. Desenhos e arte final são do escocês Eddie Campbell.

A partir de 1999, após anos de colaboração com várias editoras e estúdios menores, como Image Comics e Wildstorm, Moore recebeu de Jim Lee a oferta de publicar suas histórias sob um selo próprio, que o britânico batizou de America’s Best Comics (ABC).

Neste espaço, ele publicou suas principais obras a partir de então. Assim, sob esse selo foram publicados os dois volumes de A Liga Extraordinária (The League of Extraordinary Men), em que um grupo de heróis da literatura é reunido para enfrentar uma ameaça global; Tom Strong, paródia de Superman; Top Ten, uma intrigante viagem da imaginação sobre uma cidade em que todos os habitantes possuem superpoderes; o título Tomorrow Stories, composto por 4 séries diferentes (Greyshirt, Cobweb, The First American e Jack B. Quick); e Promethea, uma série que mescla magia com elementos mitológicos.

Todas essas atividades na produção de histórias em quadrinhos fizeram de Alan Moore uma das figuras mais respeitadas do meio quadrinhístico, algo que o simples elenco de suas atividades não permite uma exata compreensão.

Sua genialidade repousa em cada uma de suas obras, mesmo naquelas realizadas sob a égide da mais pura motivação mercadológica, como o foram as diversas histórias que realizou para personagens consagrados das editoras comerciais norte-americanas; em cada uma delas, um olhar atento pode identificar traços distintivos que evidenciam um aguçado senso critico sobre a linguagem e características da Nona Arte, rendendo homenagem a seus principais ícones ou realizando uma crítica de suas limitações.

Nele, vê-se um autor que, ainda que não elaborando pessoalmente a parte gráfica de suas obras, domina com maestria os elementos da linguagem gráfica seqüencial, propondo narrativas que os utilizam em sua plenitude e que, exatamente por isso, chamam a atenção de leitores e admiradores.

Um dos exemplos desse talento do Bruxo de Northampton pode ser encontrado em uma de suas obras mais conhecidas, V de Vingança, que agora, no início de 2006 – tal como aconteceu com Do Inferno e A Liga Extraordinária -, foi transformada em produção cinematográfica.

V de Vingança – Como mencionado anteriormente, esta série foi criada por Alan Moore em 1982 para a revista Warrior, em preto e branco, tendo sido publicada com bastante sucesso em seus 26 números e sendo interrompida devido ao encerramento da publicação, situação que persistiu até 1988, quando foi publicada em 10 edições nos Estados Unidos, pela DC Comics, desta vez colorizada.

Com desenhos e arte-final de David Lloyd, V de Vingança retomava uma idéia anterior de Moore, submetida sem sucesso à DC Thomson (tradicional editora inglesa de quadrinhos) por não se adequar à linha de publicações dessa editora, especializada em quadrinhos para o público infantil.

De uma maneira geral, a série apresenta uma visão pessimista do futuro da realidade política do Reino Unido de então, transpondo, para o que à época ainda era o distante ano de 1997, as mazelas que atormentavam o país sob o tacão impiedoso da primeira-ministra conservadora Margareth Thatcher, conhecida como A Dama de Ferro.

Em V de Vingança o leitor se depara com uma Inglaterra mergulhada no caos após uma aparente hecatombe nuclear, em que um governo fascista eliminou os direitos civis, dizimou as minorias raciais e sexuais, impôs a censura e reagiu impiedosamente contra qualquer tentativa de questionamento de seus atos arbitrários.

Criando campos de concentração e adotando forças policiais extremamente violentas, e que atualmente não hesita em utilizar a tecnologia para manutenção da ordem social e vigiar intermitentemente a vida de seus cidadãos.

De um desses campos de concentração se evadiu V, o protagonista da história, que irá encetar uma incansável luta contra o governo ditatorial, buscando mostrar a seus conterrâneos que existem possibilidades de mudança. Moldado como um terrorista de ideais anarquistas, ele inicia uma campanha deliberada e bem arquitetada para derrubar os atuais ocupantes do poder.

Buscando na história de seu país uma de suas figuras mais carismáticas, Guy Fawkes, cabeça de uma conspiração que, no início do século 17, planejava destruir o Palácio de Westminster, sede do Parlamento Inglês e símbolo maior da monarquia parlamentarista, Moore aplica no protagonista de sua história uma máscara com as feições desse conspirador, identificando sua narrativa, ipso facto, como uma alegoria, uma reação política a um estado de coisas por ele abominado.

E, da mesma forma, alinha a história com a realidade inglesa, afastando-a do lugar comum das narrativas de super-heróis que então dominavam o mercado editorial em seu país.

Além do sempre ambíguo V, outros personagens de destaque na obra são Evey Hammond, jovem adolescente que o protagonista aprisiona e a quem submete a um processo de aprendizado e doutrinação; Adam James Susan, o líder do partido no poder; Eric Finch, investigador experiente que caça o terrorista por acreditar piamente que este ameaça a ordem estabelecida que lhe cumpre defender, e Dominic, assistente de Finch, que o ajuda a desvendar o mistério das previsões de V.

Juntos, todos eles oferecem uma narrativa instigante centrada na busca de argumentos racionais para justificar as atrocidades cometidas pelos regimes políticos, algo que ainda tem bastante repercussão nos dias de hoje, principalmente quando se pensa na incessante atividade militar norte-americana em território iraquiano.

Além de uma narrativa densa e instigante, misto de história policial, ficção futurista, narrativa de aventuras e descrição de um quase interminável embate ideológico, V de Vingança destaca-se, também, como uma das primeiras obras em que Alan Moore buscou elaborar a mais perfeita relação possível entre ação narrativa e arte gráfica.

Nela, todos os quadrinhos são compostos de forma bastante cuidadosa, tendo em vista a perfeita simetria entre eles.

Da mesma forma, os próprios elementos no interior dos quadrinhos estão dispostos de forma a criar algum tipo de relação com a trama apresentada, desde os livros que aparecem nas prateleiras e cujos títulos são visíveis ao leitor – entre eles figuram Dom Quixote (de Cervantes), O Capital (de Marx), Mein Kampf (de Hitler), Hard Times (de Charles Dickens), entre outros -, os pôsteres nas paredes, as formas utilizadas por V para matar seus inimigos – que claramente fazem lembrar o personagem Dr. Phibes, imortalizado nas telas cinematográficas por Vincent Price -, as diversas referências literárias ao longo da história, etc.

De certa forma, V de Vingança representa uma preparação do autor para Watchmen, em que essa técnica de elaboração da narrativa quadrinhística, com o predomínio da simbologia como fator narrativo, irá atingir seu apogeu.

4 – V de Vingança no Brasil

Esta grande obra de Alan Moore foi publicada pela primeira vez no Brasil pela Editora Globo durante o ano de 1989, período em que essa editora fez uma breve incursão no campo dos chamados quadrinhos adultos; foi publicada no formato de uma minissérie em cinco edições com 64 páginas coloridas, cada número publicado em português trazendo dois números da edição norte-americana, que teve dez fascículos.

Alguns meses após seu lançamento no país, a minissérie recebeu uma versão encadernada, certamente utilizando material que não havia sido comercializado no lançamento (encalhe).

Posteriormente, já no presente século, a obra foi reeditada pela Editora Via Lettera, de São Paulo, para comercialização em livrarias e gibiterias, desta vez em dois volumes em preto e branco. Felizmente, as duas edições fizeram jus à maestria do trabalho, merecendo fazer parte da estante de qualquer colecionador que se respeite.

Agora, aproveitando a estréia de V de Vingança nos cinemas, a Panini Comics traz às bancas pela terceira vez a série. A nova edição será encadernada em edição única, com 304 páginas coloridas e deve chegar às prateleiras ainda este mês.

Leituras recomendadas

ALAN MOORE: Portrait of an extraordinary gentleman. Leigh-on-Sea: Abiogenesis Press, 2003.

ALAN MOORE: Senhor do Caos. [site] Disponível em: http://www.alanmooresenhordocaos.hpg.ig.com.br. Acessado em 03 abril 2006.

ARGUMENTOS: Alan Moore. Amadora: Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem, 2002. [Catálogo de Exposição]

PARKIN, Lance. The pocket essential Alan Moore. Harpenden, Herts: Pocket Essentials, 2001.

Fonte:
Site: Omelete
http://www.omelete.com.br


HULK: AS ORIGENS DO MONSTRO

16/06/2008

 

 

No início da década de 60, o roteirista Stan Lee e o desenhista Jack Kirby inovaram os quadrinhos de super-heróis renovando seus fundamentos. O gênero, às moscas desde o final dos anos 40, adquiriu novo alento em 1961, quando a dupla deflagrou a hegemonia da editora Marvel Comics no mercado de HQs americano, lançando a primeira edição de Fantastic Four, gibi em que estrelava o Quarteto Fantástico. No ano seguinte, foi a vez do Homem-Aranha e o resto… bem, o resto é história.

A diferença dos heróis Marvel para os seus predecessores é que eles tinham facetas humana bem destacadas. As histórias de Batman e Super-Homem, de então, preocupavam-se quase exclusivamente com suas proezas, deixando de lado os homens por trás das máscaras. Sob a batuta de Lee e Kirby, a coisa ficou mais equilibrada: havia a intenção de mostrar o Homem-Aranha quebrando o pau com o Dr. Octopus, mas também ressaltar as dificuldades de Peter Parker no seu dia a dia.

E foi, com essas diretrizes em mente, que, em 1962, Stan Lee criou mais uma personagem para solidificar as bases do emergente Universo Marvel. Ele queria algo que fosse tão diferente do Quarteto e do Aranha quanto esses dois conceitos foram de seus predecessores. Pensou num protagonista dotado de força sobre-humana, mas que não tão nobre, sábio ou infalível quanto suas demais criações. Além disso, esperava que o herói lembrasse tanto o Monstro de Frankenstein quanto Dr. Jekyll e o Sr. Hyde (de O médico e o monstro). Daí, veio a idéia de um cientista que, de alguma forma, se transformava em monstro. Essa criatura seria grande, volumosa, meio desajeitada e não muito esperta.

Com isso em mente, faltava só um nome. Não deve ter sido difícil (pelo menos pra ele e Kirby cuja língua pátria é o inglês). Hulk era quase óbvio. Afinal, este adjetivo inglês é usado para definir algo grande, bruto e volumoso.

A primeira aventura

Definidas as características básicas do novo astro da Marvel, Stan Lee e Jack Kirby estavam prontos para apresentar o Hulk ao mundo, em mais uma de suas clássicas origens:

Robert Bruce Banner era um cientista nuclear que trabalhava para o exército americano no desenvolvimento de uma nova arma, a Bomba Gama, um artefato tão poderoso que faria a bomba atômica parecer um mero brinquedo de criança.

Quando o artefato estava prestes a ser testado, Banner percebeu que um garoto havia invadido a área onde se realizaria o experimento. O cientista pediu que a contagem regressiva para a detonação fosse interrompida a fim de que pudesse retirar o menino, Rick Jones. Seu pedido, no entanto, não foi atendido e, apesar de salvar o rapaz, Banner sofreu todo o impacto da explosão. Ele não morreu, mas, ao cair da noite, transformou-se em um estranho monstro cinza, que logo deixou claro a que veio. Destruiu tudo em seu caminho. Quando o dia raiou, Banner voltou ao normal.

Mais tarde, Banner soube que seu assistente, Igor, não interrompera a contagem regressiva pois era um espião soviético (Nota: Para os muito jovens, é bom lembrar que a primeira aparição do Hulk deu-se no auge da Guerra Fria). Seu objetivo era justamente sabotar o teste da Bomba G, capturar seu inventor e levá-lo para a Rússia. Mesmo preso, Igor conseguiu alertar seu superior, o Gárgula, um homem deformado por experimentos radiativos. Os soviéticos, então, capturam a criatura, mas, durante a viagem, ela voltou a ser Banner. Graças a seus conhecimentos, o cientista conseguiu reverter a mutação sofrida pelo Gárgula, devolvendo-lhe a forma humana e, assim, conseguindo escapar.

Do cinza ao verde, um Frankenstein pero no mucho.

A idéia original de Stan Lee e Jack Kirby era que o Hulk fosse uma criatura cinzenta. No entanto, devido a problemas de impressão, a primeira edição de The Incredible Hulk trouxe o anti-herói com tons que variavam do cinza muito escuro ao marrom, passando até mesmo pelo verde. Então, por força do acaso, já na edição seguinte o monstro assumiria a cor esmeralda com o qual ficou mundialmente conhecido.

Em suas primeiras aparições, o alter ego de Bruce Banner parecia uma versão humanizada do Monstro de Frankenstein. Com o passar do tempo, porém, a semelhança tornou-se menor. Além disso, sua transformação, no início, não era atrelada ao estresse emocional. O cientista mudava de forma assim que a noite caía, independente de outros fatores. Somente depois, a alteração passou a ocorrer toda vez que ele perdia o controle de suas emoções.

Nesses primeiros anos, o Golias Esmeralda da Marvel travou seus combates mais memoráveis com alguns dos pesos pesados da Editora – como Coisa e Thor – e cunhou a frase que é sua marca registrada: Hulk esmaga!

As muitas fases do Hulk

Em seus quarenta e um anos de história, o visual do Hulk já passou por diversas fases. Ele já foi cinza e meio inteligente, verde e descontrolado, um amálgama destes dois e chegou a viver algum tempo com Bruce Banner no comando da transformação, tornando-se o Hulk a seu bel prazer e ainda mantendo seu intelecto.

Personagem do primeiro escalão da Marvel, foi um dos fundadores da equipe Vingadores, ao lado de Thor, Homem de Ferro, Vespa e Gigante. Mais tarde, tomou parte de outro supergrupo conhecido como os Defensores, atuando ao lado de Dr. Estranho, Surfista Prateado, Namor e Valquíria.

Hulk supremo

Recentemente, o Hulk foi recrutado por Mark Millar e Bryan Hitch para integrar a versão dos Vingadores para o universo Ultimate, os Supremos. Neste universo, que tem o objetivo de reinventar as personagens clássicas da Marvel para uma nova geração, sua origem foi um pouco modificada.

Nesta versão, Banner é um dos encarregados de decifrar o soro do supersoldado que gerou o Capitão América. Ao aplicar uma variação desse soro em si mesmo, transforma-se num monstro que lembra a versão clássica do Hulk verde e descontrolado.

Mais tarde, quando o soro é aparentemente eliminado de seu sistema e o governo começa a recrutar os Supremos, ele decide se injetar novamente a fórmula, desta vez misturando uma amostra do sangue do Capitão. O resultado é o surgimento de um Hulk cinza e meio inteligente que, aparentemente, tem sua transformação detonada toda vez em que Banner se enfurece.

Fonte: http://www.omelete.com.br/


Superman

16/05/2008