Em qualquer lugar!!

31/10/2008

Mudanças além de necessárias podem ser muitíssimo prazerosas. Precisamos mudar para permanecermos flexíveis, precisamos mudar para progredirmos como serem humanos, e precisamos mudar para acompanhar o ritmo do mundo em constante evolução.

Mudanças nos cabelos, no guarda-roupa, no local de trabalho e por que não no sexo também? Nossa vida sexual não é exceção a esta regra básica da vida. Novos padrões de vida provavelmente significam novos padrões de relacionamentos sexuais!

Soltar a imaginação, concretizar desejos. Parece difícil? Para muitos, inovar dentro de quatro paredes já não basta. As camas são confortáveis, mas, muitas vezes, podem se tornar comuns. Realizar os desejos mais reprimidos e deixar o corpo fluir são algumas dicas para um relacionamento ardente e prazeroso.

Quem nunca pensou em transformar o momento a dois numa aventura sexual de tirar o fôlego? Se você tem dúvidas de que isso faz bem não só ao corpo, mas ao espírito, chegou a hora de colocar a vergonha de lado e realizar todas as suas fantasias. Mas não se esqueça que a vontade do parceiro também conta, e muito, na hora de inovar. Não adianta você querer correr para a escada do prédio na hora que o tesão aumentar, se a outra pessoa se sentir constrangida com a situação. Mas nada que uma boa conversa não resolva, né?!

Ter relações em lugares diferentes faz parte da fantasia sexual de muita gente. Apesar de trazer alguns riscos, as pessoas acham que, quase sempre, essa aventura vale a pena. Sexo fora de hora pode ser uma emoção inesquecível. O fato de acontecer de repente, e em lugares inusitados, ou simplesmente de surpresa pela manhã, é o que o deixa a experiência extremamente gostosa!

E já que tudo que é proibido é mais gostoso, aqui vão algumas dicas para curtir momentos diferentes e bem quentes: o elevador! Todo mundo já pensou em fazer sexo dentro de um, mas é bom lembrar que hoje em dia a maioria deles possui câmera. Sem contar que existe o risco do porteiro estar se deliciando com o “filme particular” protagonizado por você! O ideal é que o elevador não tenha câmera e que fique parado entre dois andarem para não correr o risco de ser surpreendido por nenhum vizinho. Ou então, prefira subir de escadas de vez em quando – seja de serviço, ou de emergência, o que importa é se divertir!

Na hora de pensar em sexo ao ar livre, a praia é o maior fetiche! Mas se ligue: leve uma canga ou toalha para a areia não incomodar. A praia é realmente um lugar muito romântico, sobretudo à noite. Se tentar a prática durante o dia, escolha uma que seja pouco freqüentada – a não ser que queria ser flagrado!!

Já sob quatro rodas prefira carros confortáveis que tenham bancos reclináveis ou vá para o banco de trás. Feche todas as portas e escolha um lugar seguro. Mas cuidado: se pegos, pode dar cadeia, já que o ato sexual em público é considerado atentado ao pudor! Talvez uma boa solução seja procurar um drive-in!

Em lugares públicos, como festas e eventos, o ideal, quando rolar aquela vontade, é uma rapidinha! Procure um lugar discreto ou pouco movimentado. Banheiros, por exemplo, podem ter pessoas esperando do lado de fora, então evite sons suspeitos e seja ágil na hora de sair!

Mas você pode também dar uma escapada do escritório na sua hora de almoço ou dar aquele pega na garagem do seu prédio, entrar de surpresa no banheiro para tomar banho com a outra pessoa, transar na mesa da cozinha, no escritório ou onde mais você achar gostoso.

Quer mais? Além de esquentar a relação, transar em lugares inusitados excita e aumenta o prazer. Há razões de sobra para experimentar. Desde uma descarga extra de adrenalina até explorar delícias nunca antes imaginadas! Veja 5 bons motivos para ousar na hora do sexo:

1. É preciso desburocratizar o amor a qualquer custo

A cama como território único e sagrado do sexo pode aniquilar com o tesão ao longo do tempo. Por mais que o colchão seja um luxo ou os travesseiros sejam de pena de ganso suíço, por mais que os lençóis tenham três mil fios de conforto e o quarto seja um arraso… é necessário livrar-se um pouco do ninho convencional dos pombinhos. Vale até começar pelo sofá. Saiba aproveitar as utilidades domésticas, elas podem ser mais úteis do que você imagina!

2. A aventura é excitante

Viagens ou simplesmente a fuga para um parque urbano recarregam as baterias amorosas. Deslocar-se do ambiente de rotina põe adrenalina no coração e chacoalha os hormônios sexuais. Nem que a fuga seja apenas para o jardim ou o quintal da própria casa, para a escada de serviço, para a laje do prédio… O bom mesmo é ir mais longe, para aquele lugar dos sonhos, e aproveitar cada minuto ou segundo com pequenas e inesquecíveis travessuras excitantes.

3. Porque o medo é o melhor dos estímulos

Transar em um lugar público onde pode chegar alguém e “levar um flagrante” é sempre muito mais estimulante. Além do temor, que põe os nervos à flor da pele e enriquece o gozo, a possibilidade de estarem sendo vistos por um voyeur é também animadora. Recomenda-se o lindo uso de saias, peça sempre facilitadora desse tipo de pecado rasgado.

4. Sexo pode ser um excelente exercício

Uma transa em pé, por exemplo, reforça toda a musculatura das pernas e faz perder muito mais calorias. Uma transa depois ou durante uma trilha no mato, ainda mais!

5. Você precisa ter uma boa resposta para uma velha pergunta

Já pensou que coisa mais sem graça não ter o que responder quando lhe perguntarem qual foi o lugar mais estranho onde transou? Passar por essa vida sem algo sugestivo neste capítulo pode representar uma frustração. Claro que não precisa ser algo obrigatoriamente extravagante. Mas só ter lembranças da cama não dá. É muita falta de criatividade para uma existência inteira!

A verdade é que é preciso fugir dos padrões a que estamos acostumados para manter nossa vida sexual sempre excitante e diferente do convencional!

Quem faz sexo sempre em lugares inusitados garante que isso recarrega a energia, aumenta a auto-estima e dá uma cumplicidade incrível entre o casal. E ai, vai tentar?

Fontes
http://www.terra.com.br
http://revistauma.itodas.uol.com.br
Anne Hooper – Jogos Eróticos


A história do Espartilho

26/10/2008

Matéria por Dani Moreira

Apesar da imediata associação com as minúsculas cinturas vitorianas, o corset data de muito antes. Desde que apareceu na história da moda, no século XVI, esta vestimenta tem sido usada como suporte e controle para as formas naturais do corpo.

Entre a Antigüidade e a Idade Média, o suporte ao busto e à cintura era geralmente feito com faixas de tecido, quando era feito. Nos séculos XIII e XIV, amarrações e materiais mais rígidos incorporados às próprias vestes ajudavam a moldar o corpo numa forma esguia. Essa idéia evoluiria para o kirtle, um tipo de colete engomado e/ou reforçado com cordas (como barbatanas), amarrado na frente.


Eventualmente, o kirtle se mudaria para dentro das roupas. Mais tarde, a idéia de “vestido” seria enfim separada em corpete e saia, permitindo que o corpete fosse justo e retilíneo, enquanto a saia poderia ser absurdamente volumosa com a ajuda de anáguas engomadas e crinolinas.

De um ponto de vista prático, ter uma peça única feita exclusivamente para moldar o corpo seria muito mais racional do que reforçar todas as outras peças do guarda-roupa, e colocar a tensão do suporte nessa peça ajudaria também a estender a vida útil do vestido.

Para manter a forma esguia e cônica sob o corpete é que seria introduzido o que se chamaria, dependendo da época ou região, payre of bodies, corps, ou vasquina, entre outros nomes; um corpete reforçado e rígido usado como roupa de baixo, que hoje chamamos de espartilho ou corset.

A rigidez era o principal atributo do corset. A redução da cintura era mínima, mas o busto era erguido e pressionado, e as costas mantidas numa postura reta e distinta, como era de se esperar de uma dama. Tal rigidez era alcançada com tecido pesadamente engomado, couro, juncos ou cordas engomadas inseridas em canais costurados entre as camadas de tecido.

Para manter as formas ainda mais retas, o busk, uma estreita placa de madeira ou marfim, era introduzido na frente, e poderia ser removido (alguns poderiam ser até esculpidos no formato de adagas, para ajudar a dama a se proteger de admiradores indesejados). Existe inclusive um corset sobrevivente feito em metal, como uma armadura, mas não se sabe se isto era comum ou se era um modelo ortopédico.

Ao contrário do que se pode pensar, os primeiros corsets não deviam ser de todo desconfortáveis. Modelos recriados com fidelidade histórica são usados como figurino para teatro, cinema e feiras renascentistas, e há quem afirme que são mais confortáveis do que um sutiã moderno com aro. Não há muita pressão na cintura, como num espartilho vitoriano, nem tensão sobre os ombros (mesmo nos modelos com alça), como num sutiã, e algumas mulheres com problemas nas costas afirmam que o suporte é ainda melhor do que o de uma cinta ortopédica.

O corset não mudou tanto entre a renascença e o rococó; a cintura veio um pouco mais abaixo, com incisões de alguns centímetros permitindo que acompanhasse a curva do quadril e dando maior conforto; as alças foram ficando mais comuns e o busto mais baixo, delineando formas mais arredondadas.

No século XVIII, as formas começaram a mudar. Com a revolução francesa e, posteriormente, a ascenção de Napoleão, as formas naturais começavam a ser valorizadas novamente. O estilo neo-clássico chegava à moda, com formas fluidas e leves, e o corset foi quase completamente abandonado; apenas as mulheres menos favorecidas pela natureza usavam suportes. Mas isto seria breve, pois logo os corsets voltariam, num novo design. A barbatana de baleia daria mais flexibilidade mantendo o suporte, o que permitiria uma maior pressão sobre a cintura.

Ainda não chegava à febre vitoriana, mas a pressão sobre os órgãos internos já começava a fazer os médicos protestarem. Nem as crianças escapavam; assim que pudessem andar, meninos e meninas eram colocadas em suportes (formas mais leves do corset), supostamente para desenvolver uma postura erguida.


No começo do século XIX as ilhoses de metal permitiam um corset ainda mais apertado sem o perigo de rasgar o tecido, e o busk dividido em dois permitia o fechamento e a abertura sem que fosse necessário desfazer a amarração. As cinturas foram ficando mais estreitas, e os médicos mais preocupados…

No entanto, a maioria das histórias de terror que se conta sobre os espartilhos é exceção ou lenda. Mulheres que treinavam para atingir cinturas extremas, com 40 centímetros ou menos, ocorriam mais ou menos com a mesma freqüência e no mesmo contexto social dos casos clínicos de anorexia hoje em dia. Relatos sobre perfuração de órgãos internos são incomuns, mas existem; desmaios freqüentes, antes atribuídos à suposta “fragilidade feminina”, são reconhecidos hoje como diminuição da capacidade respiratória pelo pressionamento dos pulmões.

O uso permanente do corset poderia fragilizar a coluna com o tempo, atrofiando os músculos que a sustentam. Alguns modelos eram mais nocivos, como o chamado pipe-stem, onde a cintura em seu ponto mais estreito se alongava verticalmente por de um a dez centímetros; ou o wasp, em que a cintura se formava a partir das costelas numa linha reta, e depois se expandia para o quadril de maneira dramática, quase sem curvas.

Mas a maioria das mulheres apenas queria suavizar sua cintura para a delicada forma de ampulheta – até 10 centímetros de redução não chegavam a comprometer o conforto ou saúde – além de achatar o ventre e suportar o busto; o corset não chegava aos quadris e sempre cobria o peito.

Com o passar do tempo, os vestidos foram ficando mais esguios e menos rodados; as crinolinas eram trocadas por anquinhas traseiras, e boa parte das anáguas foi eliminada anáguas (restavam apenas uma ou duas, quando cinco não eram incomuns no começo deste século).

O aço foi substituindo a barbatana de baleia, cada vez mais rara. A silhueta foi tomando a forma de um “S” – o peito estufado, a barriga reta e o derriére empinado. A linha do busto ficou mais baixa e o corset chegava a cobrir os quadris. Achatar o estômago e manter a postura, na Belle Époque, era mais importante do que uma forma de ampulheta, e os corsets da época eram considerados “saudáveis” por conta disto.

As formas neoclássicas, naturais e fluidas, voltariam à moda novamente. Supostamente não se deve usar nada sob um vestido em viés de Mme Vionnet, no começo do século XX. O sutiã já havia sido inventado, e começava a ficar popular. Os tecidos elásticos também davam novas possibilidades de controlar as formas.

Nos anos 1920, com a silhueta reta de “garçonne”, os corsets ficaram cada vez mais raros e eram usados apenas para reduzir o quadril, enquanto o busto era suportado por sutiãs e achatado por faixas de tecido ou artefatos especialmente desenvolvidos para isto. O corset acabou restrito à fantasia e ao fetiche durante a maior parte do século XX.

Mesmo nos anos 1950, quando o New Look de Dior voltou a valorizar a cintura de pilão, apenas cintas de tecido elástico levemente reforçadas eram usadas. Mas entre o fim dos anos 1970 e os anos 1980, estilistas como Vivienne Westwood e Jean-Paul Gaultier trariam ao outerwear justamente elementos da fantasia e do fetiche, especialmente do BDSM.

Couro, vinil, látex, correntes, e, adivinhe só, corsets. A moda alternativa punk e gótica incorporou o espartilho como elemento fundamental. Dos anos 1990 em diante o corset se tornou couture, e não é incomum encontrar um ou dois em cada coleção dos grandes estilistas e nas capas da Vogue.

Ainda que (e talvez justamente por isso) tenha deixado de ser peça básica, o espartilho jamais morreu. Seja por sua capacidade de modificar o corpo, restringir e disciplinar, seja somente pela atração estética que provoca, o corset permanecerá sempre vivo, senão na moda, ao menos na fantasia de seus admiradores.

Fonte: Madame Sher (http://www.madamesher.com.br)